Dia 57 – Ser feliz é uma opção

Acabei de terminar mais uma sessão de fisioterapia. Todos os dias, faça chuva ou faça sol, fico duas horas com a Larissa, suando muito! É impressionante como as sessões de fisioterapia me ajudaram – e ainda ajudam – a conquistar independência e movimentação. Além disso, para nós, cadeirantes, exercícios de alongamento são mais do que necessários, já que passamos a maior parte do tempo sentados.
Muita gente me pergunta se a fisioterapia me fará voltar a andar. Tenho a impressão de que as pessoas não acreditam que alguém em uma cadeira de rodas pode levar uma vida feliz e tranquila. Voltar a andar é sempre a meta. Eu também pensava dessa forma, principalmente logo após o acidente. Imagina a sensação de você não conseguir mexer o braço, as mãos, as pernas… Não poder coçar o nariz, passar a mão nos cabelos ou abraçar seus amigos, sua mãe… Só eu sei tudo que enfrentei de lá até aqui. Ainda me esbarro em mil dificuldades, mas tenho orgulho de mim mesma, sabia? Dar a volta por cima não é fácil. É dolorido, mas nos fortalece.
Eu quero ser feliz, assim como muitos amigos cadeirantes também querem. E são! Por isso, volta e meia sinto vontade de dizer que a felicidade é possível, só depende de nós. Voltar a andar seria maravilhoso, mas estar viva e poder amar e ser amada dá um sentido real à minha história.

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